Professores “só vão parar de lutar” quando a tutela os ouvir

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Professores manifestam-se na Avenida do Aliados no Porto no âmbito da greve nacional de professores por distritos, 8 de fevereiro de 2023. A greve por distritos convocada por oito organizações sindicais: ASPL - Associação Sindical de Professores Licenciados, Fenprof - Federação Nacional dos Professores, Pró-Ordem dos Professores, SEPLEU - Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados, SINAPE - Sindicato Nacional dos Profissionais da Educação, SINDEP, SIPE - Sindicato Independente de Professores e Educadores e SPLIU - Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades, caso o ministro da Educação não recue nas intenções manifestadas nas reuniões negociais já realizadas, no que se refere à revisão do regime dos concursos de professores, indo ao encontro das posições assumidas pelos docentes em várias iniciativas de abordagem e sondagem sindical. JOSÉ COELHO/LUSA

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, garantiu hoje, numa manifestação que juntou milhares de pessoas no Porto, que os professores “só vão parar de lutar” quando o Ministério da Educação responder às suas “justas reivindicações”.

“A determinação destes professores e a vontade de continuar a lutar são extraordinárias e isto não vai parar enquanto o Governo não der resposta aos problemas dos professores”, disse Mário Nogueira.

Em declarações à agência Lusa, na Avenida dos Aliados, rodeado de faixas com reivindicações e ‘slogans’ e ao som de apitos, gaitas de foles e tambores, o secretário-geral da Fenprof fez um balanço da greve por distritos que terminou hoje.

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“Hoje está praticamente tudo fechado no distrito do Porto. A greve hoje estará num nível de 97 ou 98% [de adesão]. Há escolas a 100% em todo o distrito. Foi uma greve que nunca baixou dos 90% e vai aumentando à medida que o Ministério vai fazendo reuniões e não dá resposta”, resumiu.

Mário Nogueira acusou o Governo de “falta bom senso” e “falta capacidade para perceber” os professores, uma profissão que “deu sempre uma resposta mesmo nos momentos mais exigentes” e exigiu “respeito”, palavra que marcou quer os gritos da manhã, quer a faixa central colocada no palco montado de costas para a Câmara Municipal do Porto.

“Não são os dias de greve dos professores que vão atrapalhar as aprendizagens dos alunos. O que atrapalha é a falta de professores nas escolas. Se o Governo não percebe isso, o Governo não percebe nada. É preciso dar resposta às justas reivindicações. Estes professores não estão aqui porque querem ter privilégios. Estão aqui porque querem ser respeitados”, disse o secretário-geral.

Mário Nogueira garantiu que “os professores não estão isolados nas suas reivindicações” e destacou a “solidariedade” de “muitas associações de pais”, bem como de associações internacionais, nomeadamente do Brasil, França e Itália.

A greve por distritos iniciada a 16 de janeiro termina hoje no Porto, com uma manifestação na Avenida dos Aliados organizada por uma plataforma de oito organizações sindicais.

No sábado, professores e funcionários das escolas voltam a participar em mais uma manifestação nacional que se realizará em Lisboa.

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