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Marcelo passeia em Díli e fala da língua portuguesa como “passaporte”

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Marcelo passeia em Díli e fala da língua portuguesa como “passaporte”

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, deu hoje um passeio a pé em Díli, levando na mão uma pequena bandeira de Timor-Leste, e falou da língua portuguesa como “passaporte fundamental”.

Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se a Timor-Leste especialmente para as cerimónias oficiais dos 20 anos da restauração da independência e de posse do novo Presidente timorense, José Ramos-Horta, nas quais representará o Estado português e as instituições europeias.

Logo após chegar a Díli, teve hoje um encontro com o antigo Presidente timorense Xanana Gusmão. Depois, saiu para uma caminhada entre o hotel em que está instalado e o centro de convenções, num edifício do período colonial onde era o mercado municipal.

No início do trajeto, pediu a umas crianças uma pequena bandeira timorense, de cores vermelha, em representação da luta de libertação nacional, amarela e preta, com uma estrela branca que simboliza a paz, e seguiu com ela na mão.

Pelo caminho, Marcelo Rebelo de Sousa foi acenando e felicitando os timorenses, dando-lhes “parabéns pelos 20 anos de independência”, e parou para comprar um jornal, o Diário, escrito em tétum, que não lhe pareceu difícil de ler: “É facílimo”.

Em declarações aos jornalistas, mais tarde, o Presidente da República reforçou essa ideia: “Pega-se no jornal e lê-se o jornal facilmente, na base do português. O tétum é muito parecido com o português”.

Recordando a sua conversa com Xanana Gusmão, disse que o antigo Presidente de Timor-Leste considera que a língua portuguesa constitui “um passaporte fundamental” para a população timorense maioritariamente jovem e que “a grande aposta de cooperação” bilateral “continua a ser educação, cultura, formação, qualificação”.

“Para além da economia, das finanças, do apoio social, do apoio jurídico e outros, esse é o grande desafio, para uma população tão jovem”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado referiu que “o português é a quinta língua mais falada do mundo e é a segunda mais falada no hemisfério sul” e argumentou que permite “uma penetração nos países de língua portuguesa que são grandes economias, em organizações internacionais não-governamentais”.

No centro de convenções, estava uma exposição com bancas de vários organismos do Governo timorense, que o Presidente da República percorreu sem pressa, com sucessivas paragens para fotografias, rodeado de gente.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve acompanhado pela embaixadora portuguesa em Timor-Leste, Manuela Freitas Bairos, e também pela embaixadora timorense em Portugal, Isabel Amaral Guterres, que o comparou ao “avô Nana”, como é conhecido Xanana Gusmão: “É a maneira de estar com as pessoas. Gostam de estar com as pessoas, crianças, velhos, não importa. São simples”.

Ao fim destes primeiros contactos em Timor-Leste, onde nunca tinha estado, Marcelo Rebelo de Sousa concluiu que “de média idade para cima fala-se português, mais ou menos, percebe-se o português”, enquanto “os mais jovens falam menos, conhecem só palavras básicas” e “muitos falam inglês”.

Porém, relativizou a situação: “É preciso ver que são tantos, tantos, tantos. A ação que estamos a fazer aqui em termos de português abrange já dezenas de milhares. Mas são mais do que dezenas de milhares de jovens”.

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