Duas gémeas siamesas com oito dias de vida que estavam ligadas ao nível do fígado e do tórax foram operadas e separadas cirurgicamente com sucesso na Suíça em dezembro último, divulgou este domingo o jornal suíço Le Matin Dimanche.
De acordo com o jornal, as recém-nascidas são as siamesas mais novas a serem submetidas a este tipo de operação.
Maya e Lydia nasceram prematuramente em Berna no dia 2 de dezembro, dois meses antes da conclusão do período de gestação. As siamesas têm outra gémea, Kamilla.
A intervenção, realizada a 10 de dezembro por uma equipa de cinco cirurgiões, dois enfermeiros e seis anestesistas, durou cinco horas.
Nos primeiros dias de vida, o estado de saúde das siamesas era estável e os médicos tinham decidido realizar a operação de separação só alguns meses mais tarde. Mas, após uma semana, as condições de saúde começaram a deteriorar-se rapidamente.
Os problemas eram particularmente perigosos para bebés tão pequenos – cada uma pesava 1,100 kg – e os médicos decidiram avançar com a intervenção.
“Estávamos preparados para a eventual morte dos dois bebés. E era assim tão extremo”, explicou Barbara Wildhaber, diretora da unidade de cirurgia pediátrica dos Hospitais Universitários de Genebra, em declarações ao jornal Le Matin Dimanche.
“Mas a operação foi um sucesso. Irei lembrar-me durante toda a minha carreira”, reforçou a médica, que liderou a equipa de cirurgiões.
As gémeas estão a recuperar bem, referiu o mesmo jornal, acrescentando que Maya e Lydia constam entre os cerca de 200 gémeos siameses separados que vivem atualmente no mundo.
Os casos de siameses continuam a ser situações excecionais, com uma frequência média de um em cada 200.000 gravidezes.