O Salão Nobre do Palácio do Bolhão, no Porto, vai acolher na quinta-feira a estreia de “Hierarquia”, com texto e direção de Zeferino Mota, o terceiro projeto do ciclo “Invasão do Teatro”, que procura uma aproximação ao público.
“’Hierarquia’ está incluído num ciclo de projetos intimistas, realizada por uma equipa pequena e próxima que de algum modo se procura reger por outras regras de valores do que aqueles diariamente nos querem impor: eficiência ainda que sem alma, imagem ainda que sem conteúdo”, pode ler-se num documento enviado à imprensa sobre a peça do projeto que vai prosseguir em 2016.
Em declarações à Lusa, Zeferino Mota explicou que o trabalho procura tratar uma “hierarquia quase constante na vida quotidiana”, ou como refere uma das frases da obra: “Estas hierarquias estão escritas em contratos invisíveis”.
Essas hierarquias “são muitas vezes além de opressivas, humilhantes” e no século XXI compõem “fundamentos de barbárie”.
Zeferino Mota remeteu para o impacto que lhe causou o livro “O Jovem Törless” de Robert Musil, sobre o “prazer perverso de exercer poder sobre outro ser humano”.
Com interpretação de Bernardo Gavina e Daniel Macedo Pinto e música de Ernesto Coelho, Filipe Silva e José Manuel Cerqueira, “Hierarquia” é uma peça na qual “dois atores experimentam o confronto, mas aquilo que, entre si, conseguem expressar é a nostalgia de uma casa de infância ou a estranheza por uma época em que jovens morriam a gritar ‘Viva a República’”.
Em cena até ao último dia do mês, “Hierarquia” vai poder ser visto de quarta-feira a sábado às 21:30 e ao domingo às 17:00.