O Presidente de Cuba avisou hoje que as alterações climáticas colocam em perigo a espécie humana e apelou à “assunção de responsabilidades comuns mas diferenciadas perante uma realidade incontornável”, durante um discurso na 70.ª Assembleia Geral da ONU.
Raul Castro justificou o apelo com o argumento de que “os países não têm as mesmas responsabilidades nem o mesmo desperdício dos recursos naturais e humanos num consumo irracional e insustentável”.
No seu discurso, o dirigente cubano denunciou o que considerou ser “a recusa à humanidade do direito a viver em paz e do direito de desenvolvimento”, pormenorizando que “é na pobreza e nas desigualdades que se devem procurar as raízes dos conflitos, causados primeiro pelo colonialismo e a subjugação das populações autóctones, depois pelo imperialismo e a partilha do mundo em esferas de influência”.
Contrastou também o compromisso assumido pela comunidade internacional em 1945 de “favorecer o progresso social e instaurar melhores condições de vida” com a realidade socioeconómica atual.
Desta forma, concluiu ser uma “quimera” aquele compromisso, quando “795 milhões de pessoas têm fome, 781 milhões de adultos são analfabetos, 17 mil crianças morrem todos os dias de doenças curáveis”.
Durante o seu discurso, Raul Castro criticou a NATO por se querer expandir até às fronteiras da Federação Russa e responsabilizou-a pela “vaga de refugiados”, que disse ser “uma consequência direta da desestabilização que a Aliança provocou e continua a causar na África do Norte e Médio Oriente, bem como do subdesenvolvimento e pobreza reinando nos países africanos”.